A extração de argila cria cavas profundas que podem chegar Introdução a 4 metros, danificando a estrutura do solo e expondo camadas subjacentes com características físico-químicas diferentes. Isso leva à perda de fertilidade, erosão, instabilidade do terreno e dificuldade de recuperação.

A argila amplamente utilizada pelos ceramistas na região possui uma coloração amarela característica e um alto teor de enxofre. Testes realizados revelaram que o enxofre total armazenado na argila pode atingir até 1800mg decímetros por metro cúbico. Essa alta concentração de enxofre representa um potencial contaminante de sulfatos, que podem ser distribuídos para a água durante o processo de extração e comprometer a qualidade dos recursos hídricos locais.

A degradação do solo e a acidificação afetam diretamente a biodiversidade local, reduzindo a variedade de espécies vegetais e animais. As cavas também fragmentam habitats naturais, isolando populações e dificultando a migração de animais.

Em certos locais, as cavas de barro tendem a acumular água, seja devido ao lençol freático ou à precipitação pluvial. Em algumas áreas, a água frequentemente adquire uma acidez significativa, influenciada pela presença de matéria orgânica na composição físico-química do solo. Além disso, o lixiviamento do enxofre da argila amarela e outros fatores contribuem para essa acidez. Sobretudo durante períodos de chuvas intensas, essas águas podem transbordar, transferindo esses parâmetros desfavoráveis para o solo e para os corpos d’água conectados pelos canais de drenagem construídos pela DNOS.

Pode resultar na atração de espécies invasoras, como ocorreu em 2023, quando avistamos e informamos às autoridades sobre a presença do trinta bando de reis em nosso município. Com a presença de mais lâminas de água e a falta de predadores para as larvas de libélulas, a população de aves tende a crescer, o que pode atrair uma maior variedade de espécies migratórias. Esse aumento na diversidade avícola pode aumentar o risco de surgimento de novas pandemias, dada a maior interação entre diferentes grupos de aves e a potencial transmissão de patógenos entre elas.

Esses locais também são aproveitados pelos ceramistas para extração de argila caulinítica que são utilizadas na confecção de tijolos. Essa argila atua como um agente de ligação quando combinada com a argila amarela, contribuindo para melhorar a durabilidade e a qualidade da queima dos tijolos. Sabe-se que essa mistura resulta na queima de matéria orgânica rica em carbono, esse processo de queima libera uma quantidade significativa de gases de efeito estufa, contribuindo para as emissões ambientais.