Contribua para a Preservação das Turfeiras em Campos dos Goytacazes: Doe Agora

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A Situação Atual das Cavas de Barro Abandonadas em Campos dos Goytacazes

Atualmente, o município de Campos dos Goytacazes enfrenta um passivo ambiental significativo, caracterizado por aproximadamente 700 cavas de barro abandonadas resultantes da intensa extração mineral. Essas cavas representam um desafio crescente e complexo, com implicações adversas para a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento urbano da região. A manutenção desse passivo não apenas ameaça os ecossistemas locais e a biodiversidade, mas também compromete a imagem do município em um contexto onde a preservação ambiental é um fator determinante para a qualificação em projetos de sustentabilidade. A incapacidade de gerir adequadamente essas áreas degradadas pode levar a uma deterioração da reputação de Campos dos Goytacazes, afetando negativamente seu potencial de atração de investimentos e participação em iniciativas de desenvolvimento sustentável.

1. Recuperação de Áreas Degradadas

  • Descrição: O Centro aplica técnicas de recuperação de áreas degradadas utilizando métodos inovadores como a filtragem de águas, cultivo de plantas aquáticas e piscicultura em áreas afetadas.
  • Receitas: Venda de créditos de carbono, contratos de serviços de recuperação ambiental.

2. Piscicultura Sustentável

  • Descrição: O Centro gerencia um sistema de piscicultura que utiliza as águas tratadas para criar peixes de maneira sustentável.
  • Receitas: Venda de produtos pesqueiros a mercados locais e regionais, além de possíveis receitas com turismo educativo.

3. Educação e Sensibilização Ambiental

  • Descrição: O Centro oferece programas educativos e workshops para a comunidade local e visitantes, focando na conservação ambiental e práticas sustentáveis.
  • Receitas: Taxas de inscrição para workshops e visitas educativas, programas de treinamento para empresas e ONGs.

4. Pesquisa e Consultoria

  • Descrição: O Centro realiza pesquisas científicas sobre técnicas de conservação e oferece serviços de consultoria a empresas e governos.
  • Receitas: Financiamento para pesquisas, contratos de consultoria para a implementação de práticas sustentáveis.

5. Colaborações e Subvenções

  • Descrição: O Centro busca financiamento através de subvenções de organizações governamentais e não governamentais, além de colaborações com universidades e instituições de pesquisa.
  • Receitas: Subvenções, doações e fundos de pesquisa.
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As Choças Flutuantes dos Goitacás: Engenhosidade e Adaptação ao Ambiente Lacustre

Como os Guaitacá construíam seus  dormitórios lacustres – as “choças”*?

Os indígenas extraíam a taboa das áreas úmidas – brejos e lagoas, depois colocavam para secar debaixo do sol. Fabricavam cordas com a taboa e/ou com as folhas do tucum. Provavelmente usavam as varas de bambus que são flexíveis para fazer uma armação circular em forma de cone ou semiesférica, na qual trançavam-se as palhas da taboa. A base era construída com vigas de madeira flutuantes. Os Guaitacá não dormiam em redes. O assoalho era coberto por folhas, sobre o qual esses indígenas dormiam. Além da maciez, as folhas (Gabriel Soares de Sousa. Tratado descritivo do Brasil em 1587) regulavam a temperatura do assoalho e mantinha o corpo do indígena aquecido durante uma noite fria na planície. A base da choupana era sustentada “por um só esteio” (apud Alberto Ribeiro Lamego [filho]. O Homem e o Brejo. Rio de Janeiro: Serviço Gráfico do IBGE, 1945). Em geral numa área rasa das lagoas. Será que a choupana era coberta pela água na época das cheias das bacias hídricas? Possivelmente não. Uma estaca era fincada no fundo da lagoa de modo que quando o nível da água aumentava, a choupana era erguida junto com água e parecia flutuar, mas presa diretamente na estaca (talvez um pouco inclinada) ou amarrada nela. Provavelmente era uma amarração muito bem feita, de modo que a correnteza das enxurradas ou os fortes ventos não poderiam espalhar as pequenas choças, evitando desfazer a aldeia lacustre.

Simão de Vasconcelos. Vida do P. João d’Almeida, 1658, p.148

Nota 1: As choças ou choupanas feitas pelos Guaitacá eram dormitórios cobertos (ou trançadas) de palha de taboa (Simão de Vasconcelos, 1658). Na língua coroado os domicílios são chamados de “saten metchá“*.

*”saten metchá“, clique no link Língua Indígena Coroado

Nota 2: “Goitacá” [verbete”goitacaz“] é uma corrupção (ou variação) de “Guaitacá” [“guay-atacá“, “o andarilho, o andejo, ou nomada”] (Theodoro Sampaio. O Tupi na Geographia Nacional. Memória Lida No Instituto Histórico E Geographico De S. Paulo. São Paulo: Typ. da Casa Eclectica R. 15 de Novembro, 8. 1901. p.125).

Blog do Tut-xái  (co-autor) ->https://macotshoteon.blogspot.com/2024/07/dormitorio-lacustre-guaitaca.html

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Os Impactos da Geosmina: Ambientais e na Saúde Humana

Introdução

A geosmina é um composto orgânico responsável pelo cheiro característico de terra úmida, frequentemente encontrado em solos e águas superficiais. Este composto é produzido por uma variedade de microrganismos, incluindo cianobactérias e bactérias do gênero Streptomyces. A presença de geosmina na água pode ter impactos significativos tanto no ambiente quanto na saúde humana.

Formação de Geosmina e Micros Algas

A geosmina está intimamente ligada à proliferação de microalgas e bactérias. Em particular, a presença de cianobactérias pode levar à produção de geosmina e de outros compostos voláteis como o 2-metilisoborneol (MIB). Esses compostos são conhecidos por causar odores e sabores desagradáveis na água potável, afetando a qualidade da água e representando um desafio para as estações de tratamento de água.

Impactos Ambientais

A geosmina atua como um sinal de advertência no ambiente microbiano. Estudos mostram que a geosmina pode repelir predadores como o nematódeo Caenorhabditis elegans, reduzindo a predação sobre as bactérias que a produzem. Esse mecanismo de defesa é semelhante ao que observamos em animais que utilizam sinais visuais para indicar toxicidade ou impalatabilidade. No caso das bactérias, a produção de geosmina não só reduz a predação, mas também desencadeia a esporulação e a produção de metabolitos tóxicos, como a actinorodina, beneficiando tanto os predadores quanto as presas ao evitar interações prejudiciais.

Saúde Humana

Embora a geosmina e o MIB não sejam tóxicos por si só, sua presença em fontes de água pode ser problemática. O cheiro e o sabor desagradáveis causados por esses compostos podem levar a preocupações sobre a qualidade da água, mesmo que não haja risco direto à saúde. No entanto, a presença de cianobactérias associadas à produção de geosmina pode ser um indicativo de condições ambientais que favorecem a proliferação de outros compostos potencialmente tóxicos, como as toxinas cianobacterianas. Essas toxinas podem ter efeitos adversos na saúde humana, incluindo irritação da pele, problemas gastrointestinais e, em casos graves, danos ao fígado.

Conclusão

A geosmina é um composto com papel importante na ecologia microbiana, funcionando como um sinal de advertência que beneficia tanto os microrganismos produtores quanto seus predadores. No entanto, sua presença em fontes de água continua a ser um desafio para o tratamento de água e a percepção pública da qualidade da água. É crucial que mais pesquisas sejam realizadas para entender completamente os impactos da geosmina e dos microrganismos associados à sua produção na saúde humana e no meio ambiente.


Referências:

  • Zaroubi, L., Ozugergin, I., Mastronardi, K., Imfeld, A., Law, C., Gélinas, Y., Piekny, A., & Findlay, B. L. (2022). The Ubiquitous Soil Terpene Geosmin Acts as a Warning Chemical.
  • Nojiri, H. (Ed.). (2022). The Ubiquitous Soil Terpene Geosmin Acts as a Warning Chemical. University of Tokyo.

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Revitalize Cavas de Barro Abandonadas!

Introdução

Atualmente, o município de Campos dos Goytacazes enfrenta um desafio ambiental significativo: quase 700 cavas de barro abandonadas devido à extração mineral. Este passivo ambiental está se tornando cada vez mais complexo e preocupante para a cidade. Em um momento em que a sustentabilidade e a preservação ambiental são cruciais para o reconhecimento dos municípios em diversos projetos, a presença dessas cavas abandonadas pode prejudicar seriamente a reputação de Campos dos Goytacazes.

Visão Geral do Projeto

O Projeto Socioambiental Tia Telinda, em desenvolvimento há dois anos, propõe uma solução inovadora e sustentável para este problema crescente. Nosso projeto é estruturado em três frentes principais:

  1. Recuperação das Cavas de Barro Através da Piscicultura
    • Objetivo: Reabilitar as cavas de barro abandonadas transformando-as em viveiros de piscicultura.
    • Metodologia: Utilizar as cavas para criação de peixes, aproveitando a abundante chuva da região para manter os viveiros abastecidos.
    • Benefícios: Promover a recuperação ambiental das áreas degradadas e contribuir para a segurança alimentar e a economia local.
  2. Iniciativa Social com a Comunidade Local
    • Objetivo: Envolver a comunidade local, especialmente aqueles cadastrados pela FIPERJ, no desenvolvimento e operação do projeto.
    • Metodologia: Trabalhar em parceria com os proprietários das áreas degradadas e a FIPERJ para capacitar e empregar os moradores locais.
    • Benefícios: Gerar renda e receita para a comunidade, transformar o município em um polo de aquicultura no estado do Rio de Janeiro e promover inclusão social.

Impacto Esperado

  • Ambiental: Recuperação e revitalização de quase 700 cavas de barro, transformando passivos ambientais em ativos sustentáveis.
  • Social: Criação de empregos e geração de renda para a comunidade local, promovendo inclusão social e melhoria da qualidade de vida.
  • Econômico: Transformação de Campos dos Goytacazes em um polo de aquicultura, impulsionando a economia local e promovendo o desenvolvimento sustentável.

Conclusão

O Projeto Socioambiental Tia Telinda representa uma solução integrada e sustentável para o problema das cavas de barro abandonadas em Campos dos Goytacazes. Ao unir recuperação ambiental, inclusão social e desenvolvimento econômico, nosso projeto tem o potencial de transformar a realidade do município e dos seus moradores, posicionando Campos dos Goytacazes como um exemplo de sustentabilidade e inovação.


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As cheias das bacias hídricas no norte fluminense – À espera de uma renovação para os Guaitacá – Parte I

 

Texto retirado de antigos manuscritos sobre as tribos locais da cidade de Campos dos Goytacazes. No texto a seguir, as tribos discutem as cheias do rio Paraíba do Sul.

Será que setembro trará “nhaman” (água; chuva)? Outubro dançará com honras de alegria quando começar o grande “nhaman garénon daigran” (dilúvio, inundação)? Ainda que demore, certamente novembro não ficará desanimado? Dezembro encherá as suas “nhamen-multy” (tigelas, igaçabas)!
As chuvas começam na primavera. É nesse período que o rio Paraíba do Sul, o Grande “Banani”, agradece pela honra de receber a chuva. Até então, a campina não vertia lágrimas , estava sedenta, quase sem vida. Os lençóis freáticos alimentavam os corpos d’água que ainda restavam. O céu celebrou, saudou a pomposa chegada das nuvens. Como é lindo ver o Grande Banani transbordar e as águas fluírem livremente pela planície! “Ténu a hy” (gratidão) – os corações dos bravos guerreiros enchem-se de gratidão. Todos estão contentes com as chuvas e as cheias do rio Paraíba do Sul, o Grande Banáni, e do rio Ururaí. A Lagoa Grande, “o grande mar de água doce” (MALDONADO; PINTO, 1893) é como uma mãe que alimenta suas lagoas-filhas no seu entorno. Em dezembro, ela diz: “Ténu a hy”, ao Grande Banáni e ao Ururaí por enchê-la novamente.
[Continua]
*nhaman garénon daigran, inundação; dilúvio
https://macotshoteon.blogspot.com/2024/07/nhaman-garenon-daigran.html?m=1
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Colhereiro na Lagoa do Salgado

O colhereiro mede entre 68,5 e 86,5 centímetros de comprimento e pesa entre 1150 e 1400 gramas.
A coloração geral da plumagem é rosada, sendo que as asas e parte inferior das costas são fortemente rosadas com algumas penas avermelhadas. Pescoço, peito e parte superior das costas são rosadas mas com uma tonalidade mais clara, quase branca. As pernas são vermelhas com os dedos ligeiramente mais escuras. Os dedos são semipalmados. O bico cinza possui a forma de uma colher, medindo cerca de 20 centímetros. Sua extremidade é plana e arredondada. Os adultos têm cabeça cinzenta e nua.
Não há distinção entre a plumagem do macho e da fêmea.
Os juvenis apresentam a plumagem da cabeça branca e o resto do corpo com penas na cor rosa mais claro que no indivíduo adulto.

 

https://cpatiatelinda.com.br/imagens/#videos

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Estamos Protegendo o Agressor ou a Vítima?

Estamos Protegendo o Agressor ou a Vítima?

Hoje, assisti a uma série que me fez refletir profundamente sobre questões ambientais. Quem estamos realmente protegendo? Cada vez mais, vemos corporações sendo protegidas por órgãos que deveriam estar punindo-as. Esses órgãos deveriam proteger o meio ambiente de empresas inescrupulosas que só visam o lucro, sem entender que a natureza é um bem finito. Se não a preservarmos, a perderemos para sempre.

A ineficiência do governo é notável. Em vez de responsabilizar as verdadeiras causas, culpa pessoas que talvez não tenham nenhuma responsabilidade, apenas para se auto-proteger. Um exemplo claro é o caso do Pantanal. Todos sabemos que áreas úmidas possuem a possibilidade de auto-combustão, um fenômeno natural que ocorre em diversos países. No Canadá, por exemplo, os incêndios de 2023 quase devastaram todas as florestas do país.

A questão central é: quando iremos parar de redirecionar a culpa e apontar os verdadeiros culpados? Precisamos deixar de proteger o agressor e começar a proteger o agredido. O meio ambiente é o principal agredido nessa história e precisa ser o foco das nossas preocupações e ações.

É urgente que mudemos nossa postura. Em vez de proteger interesses corporativos, devemos defender nossa natureza. O futuro do nosso planeta depende das decisões que tomamos hoje. A natureza é um recurso limitado e, se não agirmos agora, as consequências serão irreversíveis.

Chegou a hora de agir com responsabilidade e ética, priorizando a preservação do meio ambiente acima de interesses econômicos. Precisamos de um governo e de órgãos reguladores comprometidos com a proteção ambiental, que imponham punições severas às empresas que violam as leis ambientais. Só assim poderemos garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.

Vamos refletir e agir. O meio ambiente não pode esperar mais.

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A Emissão de Dióxido de Carbono pelas Olarias em Campos dos Goytacazes: O Impacto do Uso de Turfa na Fabricação de Tijolos

Introdução

O setor de construção civil é um dos maiores responsáveis pela emissão de gases de efeito estufa, com destaque para o dióxido de carbono (CO₂). Em Campos dos Goytacazes, a produção de tijolos é uma atividade essencial para a construção local, com 120 olarias fabricando uma quantidade significativa de tijolos mensalmente. Um aspecto pouco discutido, mas de grande importância ambiental, é o uso de turfa como liga na fabricação desses tijolos. Neste artigo, exploraremos como a utilização de turfa contribui para as emissões de CO₂ e compararemos esses impactos com outras fontes de emissão.

O Papel da Turfa na Fabricação de Tijolos

A turfa é um material orgânico formado em ambientes de turfeiras, e na fabricação de tijolos, é utilizada como um aglutinante. A composição química da turfa e seu comportamento durante a queima têm um impacto direto na quantidade de CO₂ emitida. A turfa contém aproximadamente 50% de carbono, e sua termodegradação durante a queima dos tijolos contribui significativamente para a emissão de CO₂.

Quantificando a Emissão de CO₂ das Olarias

Dados de Produção e Cálculo da Emissão de CO₂

Em Campos dos Goytacazes, as 120 olarias produzem juntas cerca de 3.600.000 tijolos por mês, assumindo uma produção média de 30.000 tijolos por olaria.

  1. Peso da Turfa na Fabricação de Tijolos:Cada tijolo pesa aproximadamente 2,5 kg e utiliza 30% de turfa argilosa. Então, o peso de turfa por tijolo é:

    2,5kg×0,30=0,75kg de turfa

  2. Quantidade Total de Turfa por Mês:Para 3.600.000 tijolos por mês:

    3.600.000tijolos×0,75kg de turfa/tijolo=2.700.000kg de turfa
    Convertendo para toneladas:

    2.700.000kg=2.700toneladas de turfa

  3. Conteúdo de Carbono na Turfa:Considerando que a turfa contém 50% de carbono:

    2.700toneladas de turfa×0,50=1.350toneladas de carbono

  4. Emissão de CO₂:Para converter carbono em CO₂, usamos a relação:

    Massa de CO₂=1244×1.350toneladas de carbono=4.950toneladas de CO₂

Comparação com Outras Fontes de Emissão de CO₂

Para entender a magnitude das emissões de CO₂ das olarias, comparamos com outras fontes comuns de emissão de CO₂.

  1. Emissões de Automóveis:

    Um carro típico emite cerca de 4,6 toneladas de CO₂ por ano. As emissões mensais de CO₂ das olarias equivalem às emissões anuais de aproximadamente:

    4,6toneladas/ano4.950toneladas1.076carros

  2. Queima de Carvão:

    A queima de uma tonelada de carvão produz cerca de 2,86 toneladas de CO₂. As emissões mensais das olarias equivalem à queima de aproximadamente:

    2,86toneladas/tonelada de carvão 4.950toneladas1.730toneladas de carv

  3. Consumo de Eletricidade Residencial:

    O consumo médio de eletricidade de uma casa nos EUA resulta em cerca de 6,57 toneladas de CO₂ por ano. As emissões mensais das olarias são equivalentes às emissões anuais de aproximadamente:

    6,57toneladas/ano4.950toneladas753casas

Termodegradação da Turfa e Seus Efeitos

A termodegradação da turfa durante o processo de fabricação dos tijolos é um fator crítico na emissão de CO₂. A temperatura e o tempo de permanência afetam diretamente o teor de carbono e voláteis na turfa:

  • DES et alii (1982) observaram que a temperatura final de degradação afeta o teor de carbono fixo e o poder calorífico do carvão produzido, com um aumento no teor de carbono fixo quando a temperatura final se aproxima de 500°C.
  • Fuchsman (1980) relatou que a turfa degrada em temperaturas de 450 a 550°C, com uma redução no teor de voláteis e um aumento no poder calorífico.
  • WENZL (1970) e outros autores confirmaram que o aumento da temperatura na termodegradação leva a um aumento do carbono fixo no produto final.

Essas observações confirmam que a termodegradação da turfa contribui significativamente para a liberação de CO₂, com a temperatura final e o tempo de permanência influenciando a quantidade de CO₂ emitida.

Conclusão

A análise detalhada das emissões de CO₂ associadas à fabricação de tijolos em Campos dos Goytacazes revela que a utilização de turfa argilosa tem um impacto ambiental significativo. Com uma emissão mensal de aproximadamente 4.950 toneladas de CO₂, as olarias contribuem de forma expressiva para as emissões de gases de efeito estufa.

Essas emissões são comparáveis às de um grande número de carros, à queima de grandes quantidades de carvão e ao consumo de eletricidade de várias residências. Compreender a termodegradação da turfa e sua influência nas emissões de CO₂ é essencial para buscar alternativas mais sustentáveis na fabricação de tijolos e reduzir o impacto ambiental do setor.

Referências

  • DES et alii (1982). Estudo do Poder Calorífico do Carvão em Função da Temperatura de Degradação.
  • COUTINHO (1984). Influência da Temperatura na Termodegradação da Madeira e Turfa.
  • KEPPLER & HOLFFMANN (1932). Rendimento e Composição Química da Turfa em Altas Temperaturas.
  • FUCHSMAN (1980). Termodegradação da Turfa e Poder Calorífico.
  • Puttock et al. (1989). Composição e Poder Calorífico da Turfa.
  • Lafferty et al. (2001). Teor de Carbono na Turfa.
  • WENZL (1970), EARL (1975), FARIA (1984), JUVILLAR (1980), MENDES et alii (1982), OLIVEIRA et alii (1982b), OLIVEIRA et alii (1982d). Termodegradação de Madeiras e Efeitos sobre o Teor de Carbono e Cinzas.
  • CHUKANOV et alii (1962). Efeito da Temperatura na Expansão dos Gases durante a Termodegradação.

 


 

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RESET – Gordon aponta as turfeiras, tipicamente consideradas um grande sumidouro de CO2.

“Acho que os padrões atuais aprenderam com os erros do passado. Se os investidores insistirem neles, a confiança vai retornar.”

Ao mesmo tempo, a solidez científica das atividades não pode ser ignorada. Gordon aponta as turfeiras, tipicamente consideradas um grande sumidouro de CO2.

Esses ecossistemas são normalmente inundados e formados por camadas de matéria orgânica parcialmente decomposta, o que explica as grandes quantidades de carbono armazenadas.

Mas em algumas partes do planeta o nível da água nas turfeiras vem caindo ou apresentando grandes variações. Com secas prolongadas ou incêndios, as turfeiras podem se tornar emissoras em vez de sequestradoras de carbono.

Esse é o tipo de incerteza, potencializada pelas mudanças no clima, que o estudo tentou capturar.

Não se trata de determinar por quanto tempo aquele CO2 está “seguro”, mas sim entender que talvez faça mais sentido investir em outras soluções cujos riscos são mais bem compreendidos, afirma a pesquisadora.

 

Créditos de carbono florestais são os mais eficazes, diz estudo

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Contestação Técnica à Construção de Praça em Área de Restinga: Foco na Proteção das Corujas-Buraqueiras, Biodiversidade e Saúde Humana

Introdução
A presente contestação técnica visa apresentar argumentos sólidos contra a construção de uma praça em área de restinga, considerando os impactos negativos e irreversíveis que tal obra pode gerar sobre o habitat natural das corujas-buraqueiras (Athene cunicularia), a rica biodiversidade local e a saúde humana. Ressaltamos que estas aves, o ecossistema da restinga e a saúde pública são protegidos pela legislação brasileira, exigindo medidas rigorosas para sua preservação e bem-estar.
1. A Restinga: Um Santuário para a Biodiversidade, Habitat Essencial para as Corujas-Buraqueiras e Refúgio para a Saúde Humana
As restingas, ambientes costeiros frágeis e de extrema importância ecológica, servem como santuários para uma rica biodiversidade, incluindo as corujas-buraqueiras. Estes locais oferecem características essenciais para a sobrevivência da espécie e para a saúde humana, tais como:
Abundância de alimento: As restingas apresentam alta riqueza em insetos, crustáceos e pequenos vertebrados, que constituem a principal presa das corujas-buraqueiras, auxiliando no controle de populações de insetos que podem ser vetores de doenças.
Presença de cavidades: As raízes das plantas típicas da restinga, além de troncos ocos e afloramentos rochosos, fornecem refúgios e locais de nidificação seguros para as corujas.
Tranquilidade: As áreas de restinga geralmente são menos impactadas por atividades humanas, proporcionando um ambiente propício para o descanso, reprodução e desenvolvimento dos filhotes das aves, além de oferecer áreas verdes e tranquilas para o lazer e bem-estar da população humana.
Purificação do ar: As restingas atuam como filtros naturais do ar, absorvendo gases poluentes e liberando oxigênio, contribuindo para a qualidade do ar e para a saúde respiratória da população local.

Proteção contra erosão: As restingas protegem a costa contra a erosão causada pelas ondas e marés, preservando o solo e as áreas costeiras, além de oferecer locais para atividades de pesca e turismo.

2. Impactos Devastadores da Construção da Praça sobre o Habitat, Biodiversidade, Saúde Humana e Bem-Estar Social

A construção de uma praça em área de restinga acarretaria diversos impactos negativos e irreversíveis sobre o habitat das corujas-buraqueiras, a rica biodiversidade local, a saúde humana e o bem-estar social, como:

Redução Drástica da Área de Habitat: A ocupação do espaço por infraestrutura da praça diminuiria drasticamente a área disponível para as corujas buscarem alimento, nidificarem e se abrigarem, comprometendo sua sobrevivência e reprodução, além de reduzir a oferta de áreas verdes para o lazer da população.
Degradação Ambiental Irreversível: A construção da praça, com a movimentação de terra em larga escala, compactação do solo e introdução de materiais artificiais, degradaria irreversivelmente o ambiente natural da restinga, afetando a qualidade do solo, a disponibilidade de água, a estrutura da vegetação e a delicada cadeia alimentar existente, impactando negativamente a qualidade do ar e a saúde da população local.
Aumento Significativo do Ruído: O tráfego de pessoas e veículos na praça, além da realização de eventos e atividades, geraria um aumento significativo do ruído no local. Esse fator pode perturbar o comportamento das corujas, dificultando a comunicação entre os indivíduos, a caça e a reprodução, além de prejudicar outras espécies da fauna local e aumentar o estresse e a ansiedade da população que frequenta a área.
Perda de Biodiversidade Imensurável: A construção da praça resultaria na perda irreversível de habitat para diversas espécies de animais e plantas, impactando negativamente a rica biodiversidade da restinga e contribuindo para a extinção local de espécies, além de reduzir a diversidade de opções de lazer e contato com a natureza para a população.
Impacto na Saúde Pública: A degradação ambiental e o aumento do ruído podem levar a diversos problemas de saúde para a população local, como doenças respiratórias, distúrbios do sono, aumento do estresse e da ansiedade, além de prejudicar a qualidade de vida e o bem-estar social.
Perda de Patrimônio Cultural e Histórico: As restingas podem conter sítios arqueológicos e locais de importância cultural
3. Legislação Brasileira Protegendo as Corujas-Buraqueiras, a Restinga e a Saúde Pública
As corujas-buraqueiras, o ecossistema da restinga e a saúde pública são protegidos pela legislação brasileira, conforme:
Lei de Proteção à Fauna (Lei nº 5.197/1967): Proíbe a caça, captura e comercialização de animais silvestres, incluindo as corujas-buraqueiras, reconhecendo sua importância ecológica e a necessidade de sua preservação.
Artigo 29 da Lei de Crimes Ambientais (Lei nº 9.605/1998): Estabelece sanções severas para quem maltratar, perseguir, caçar ou matar animais silvestres sem a devida permissão, reforçando a necessidade de proteger as corujas-buraqueiras e seu habitat.
Código Florestal Brasileiro (Lei nº 12.651/2012): Define as restingas como Áreas de Preservação Permanente (APPs), assegurando sua proteção integral e proibindo qualquer tipo de intervenção humana que possa comprometer sua integridade.

Constituição Federal de 1988 (Artigo 225): Estabelece o dever do Estado e da sociedade para a proteção do meio ambiente e a preservação da saúde pública para as presentes e futuras gerações.

4. Considerações Finais e Recomendações para um Futuro Sustentável
Diante dos impactos devastadores da construção da praça sobre o habitat das corujas-buraqueiras, a rica biodiversidade da restinga, a saúde humana e o bem-estar social, torna-se inviável e irresponsável a realização da obra no local proposto. É fundamental buscar alternativas sustentáveis que conciliem o desenvolvimento urbano com a preservação ambiental e o bem-estar da população.
A Tese que embasa as declarações acima : Impacto do Ruído Noturno e da Heterogeneidade do Habitat na Riqueza de Espécies de Corujas em Ambientes Urbanos
Resumo
A tese de Arkadiusz Fröhlich e Michał Ciach, da Universidade de Agricultura de Cracóvia, na Polônia, investiga os impactos do ruído noturno e da heterogeneidade da cobertura do solo na riqueza de espécies de corujas em ambientes urbanos. O estudo revela que o ruído antropogênico noturno influencia negativamente a riqueza de espécies de corujas, comprometendo sua capacidade de forrageamento, comunicação e interações predador-presa. A pesquisa destaca a importância da preservação de habitats naturais e da redução da poluição sonora para conservar a biodiversidade das corujas em áreas urbanas.
Metodologia
O estudo foi realizado em uma área urbana de Cracóvia, sul da Polônia, em 65 parcelas amostrais selecionadas aleatoriamente em um grid de 1 km². Duas pesquisas foram realizadas durante a época reprodutiva, no início e no final, em cada parcela. Os pesquisadores utilizaram mapas de cobertura do solo e medições de níveis de ruído noturno para correlacionar com a riqueza de espécies de corujas. Cinco espécies de corujas foram registradas, cada uma com diferentes preferências de habitat. A análise estatística, incluindo análise de componentes principais, foi utilizada para identificar a relação entre as espécies de corujas, tipos de cobertura do solo e a influência do ruído antropogênico.
Resultados

Os resultados indicaram que a riqueza de espécies de corujas foi influenciada pela heterogeneidade da cobertura do solo e pela intensidade do ruído noturno. A presença de diferentes espécies variou de acordo com as características do habitat, como florestas, pastagens e áreas construídas. O ruído antropogênico foi identificado como um fator limitante na comunidade de corujas em ambientes urbanos.

Conclusão

A tese de Fröhlich e Ciach fornece evidências científicas robustas sobre os impactos negativos do ruído noturno na riqueza de espécies de corujas em ambientes urbanos. O estudo ressalta a importância da preservação de habitats naturais e da implementação de medidas para reduzir a poluição sonora, como forma de proteger a biodiversidade das corujas e garantir seu bem-estar em áreas urbanizadas.
Referências
Fröhlich, A., & Ciach, M. (2019). Nocturnal noise and habitat heterogeneity limit owl species richness in an urban environment. Landscape Ecology, 34(11), 2737-2750. DOI: 10.1007/s11356-019-05063-8

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